A esquerda do possível desce ao esgoto para deixar de vez o necessário

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E os mais exigentes que me desculpem, mas nem sequer me vou dar ao trabalho de traduzir. Depois do farol russo, da resiliência cubana, da coragem chinesa, do milagre albanês e da esperança sul americana, lá se vai também a hipótese grega.

“In clearest statement yet, Tsipras says he’d keep euro”

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28 Responses to A esquerda do possível desce ao esgoto para deixar de vez o necessário

  1. proletkult says:

    Andas distraído. O tipo sempre disse isto.

  2. Nuno Cardoso da Silva says:

    Tsipras, não sendo estúpido, percebeu que se alguns países não deviam ter aderido ao euro, a sua saída agora seria muito pior do que ficar e procurar resolver os problemas que lhe estão associados. Em Portugal – onde a inteligência pode ser mais escassa do que na Grécia – ainda há quem reclame a saída de Portugal do euro, sem fazer a menor ideia das consequências que isso teria. Desde João Ferreira do Amaral até Octávio Teixeira, promoveu-se a ideia dessa saída, mas a convicção não devia ser muita, pois ambos há já bastante tempo que se calaram sobre o assunto. Mas por aqui, como era de esperar, continua-se a reclamar esse disparate com a convicção que só os ignorantes conseguem ter…

    • Renato says:

      Ya. Esperto é o Nuno, o Tsipras, o Soares e o Louçã.

    • proletkult says:

      Na visão de um libertário, o Euro é bastante correcto porque é mais um passo na destruição das fronteiras. Diga-me que é por isto que defende a manutenção no Euro.

      • Nuno Cardoso da Silva says:

        1. Não estamos em condições de substituir o actual sistema financeiro por outro mais justo, pelo que não podemos simplesmente dizer que não pagamos a dívida. Podemos, sim, recusar pagar o nível de juros que nos foi imposto, reduzindo-o unilateralmente.

        2. Para poder fazer isso temos de conter a dívida, não permitindo que ela aumente. O que seria impossível se saíssemos do euro.

        3. Mantendo-nos no euro podemos impor a nossa vontade quanto aos juros sem nos reduzirmos a um isolamento que nos seria fatal.

        A questão não é a de gostar do euro, é a de escolher a melhor estratégia para sairmos do buraco num ambiente económico e financeiro que não podemos controlar. Ficar no euro gera problemas mas não impede uma solução. Sair do euro seria uma catástrofe total que nos poderia colocar na situação da Albânia do sr. Hoxha…

      • Argala says:

        ” Sair do euro seria uma catástrofe total que nos poderia colocar na situação da Albânia do sr. Hoxha…”

        Quer explicar porquê?

      • proletkult says:

        Um comentário que poderia ser de um qualquer indigente ideológico das jotinhas da burguesia. Até a piadinha do “sr. Hoxha” coloca para completar o ramalhete. É esta a “esquerda libertária” que por aí vagabundeia.

      • Nuno Cardoso da Silva says:

        Há por aqui alguma falta de agilidade intelectual… A Albânia do sr Hoxha é uma expressão que pretende tipificar um sistema fechado sobre si mesmo, procurando a auto-suficiência e, por ter um mercado de dimensões limitadas, se condena à pobreza e à ineficiência. Sair do euro limitaria de tal forma a capacidade para investir e portanto para competir nos mercados mundiais que obrigaria Portugal a fechar-se cada vez mais na procura da satisfação das suas necessidades. Mesmo sem ter de perfilhar a ideologia do sr. Hoxha Portugal acabaria no mesmo patamar de miséria. Orgulhosamente sós, não porque se quisesse, mas porque só isolados podíamos então evitar o esvaziamento total da economia. Para quem sabe alguma coisa de economia não é preciso pôr mais na carta, mas se for, não hesitem…

    • Argala says:

      Vamos transformar as relações de produção, expropriar a burguesia e depois.. depois obrigamos a nossa banca, entretanto nacionalizada, a financiar-se em operações de open market junto ou facilidades permanentes do banco central europeu. Esta gente existe?!

  3. Alex Gomes says:

    Bem, a Syriza nunca defendeu a saída do Euro, apesar de ter sido constantemente um assunto polémico no seu seio. Mas já viste o que seria um candidato a Presidente da Comissão Europeia propor o fim do Euro? Ainda ganhava e ninguém quer isso.

    • Renato says:

      Há que manter a respeitabilidade, sobretudo da banca. Ora pois. O Linhas da Palma devia lançar um manifesto em defesa de um outro Euro Possível, não? 😉

  4. Luis B. says:

    Sobre a triunfal esperança RUBRA – um projeto de milhões para vencer o capitalismo 🙂

  5. Argala says:

    Gestão da coisa. Nada mais. À semelhança do seu primo português, o Berloque, e as suas reformas ao código fiscal para pagar a dívida – aceitando o garrote. Porque não pagar a dívida seria a “política da terra queimada”.
    Enfim.. mais vale dedicarem-se à luta contra o racismo, ao LGBT, heteronormatividade, educação sexual, direitos dos animais, piropos, feminismo, legalização da ganza, rodeos e touradas. Há menor probabilidade de tropeçarem, mas nunca fiando ããhh.. que o pós-modernismo é uma fonte inesgotável de estupidez e parvoíce.

  6. m. says:

    Tsipras parece que ganha €18.000.00/mês (aprox.). Qualquer dia é armador.

  7. Proletário X says:

    Esta cantiga do “ponho o euro tiro o euro à hora que eu quiser” é para boi dormir. Não só os que defendem a saída apenas a usariam em ultimo caso (tipo bomba atómica estratégica), como os que defendem a permanência no euro (bomba atómica táctica) sabem que em ultima análise as políticas que querem implementar levariam à saída, isto se não forem mesmo impossíveis de praticar no quadro da moeda única, tal qual está desenhada. Portanto, não fodam mais o juízo à malta e mudem o disco. Isto é, digam lá o querem fazer e deixem-se de blablabla.

  8. Rocha says:

    Como dizia Lenine: “«Os democratas pequeno-burgueses, esses pretensos socialistas que substituíam a luta de classes pelo sonho do entendimento de classes, concebiam a própria transformação socialista de um modo sonhador, não sob a forma do derrubamento da classe exploradora, mas sob a forma da submissão pacífica da minoria à maioria que ganhou consciência das suas tarefas. Esta utopia pequeno-burguesa, indissoluvelmente ligada ao reconhecimento de um Estado colocado acima das classes, conduzia na prática à traição dos interesses das classes trabalhadoras, como o mostrou, […] a experiência da participação “socialista” nos ministérios burgueses em Inglaterra, em França, em Itália e em outros países […]»10 (sublinhado nosso).”

    O que a direcção revisionista do Syriza pretende é ser recebida de braços abertos pelos partidos burgueses de toda a Europa. A lógica pequeno-burguesa é que se a União Europeia aceita um facho como o Berlusconi no seu seio também aceitará o reformismo auto-proclamado “radical” do Syriza. Para lhes facilitar a tarefa Tsipras entra de mansinho no caminho da submissão aos ditames da União Europeia Imperialista e de suas férreas leis capitalistas de “livre mercado”. A traição é uma descida escorregadia e todos os santos ajudam.

    • Nuno Cardoso da Silva says:

      Desculpem lá, mas o Lenine era trabalhador ou alguma vez trabalhou na vida, a não ser na esfera intelectual? Quando se olha para a revolução russa e para o regime soviético, o que se vê fundamentalmente é uma classe de intelectuais sem experiência pessoal do trabalho braçal, a servirem-se da miséria e da opressão a que os trabalhadores estavam sujeitos para conquistar o poder e o exercer de forma ditatorial. Por isso inventaram as teses vanguardistas para justificarem o domínio permanente de uma minoria sobre a maioria. E são os herdeiros dessa fraude que criticam quem quer fazer a síntese dos valores de esquerda e do anti-capitalismo com uma prática de liberdade, mesmo se a fórmula ainda deixa muito a desejar…

  9. closer says:

    Em que dia, a que hora e em que que sítio é que começa a revolução socialista e proletária mundial?

  10. Luis Batista says:

    Quanto mais leio a coordenação paritária Renato/Raquel mas me convenço que se não fosse a RUBRA não havia luta de classes na tuga. Se houver socialismo e comunismo será pela radicalidade destes companheiros que nunca deixam as massas sós.

  11. imbondeiro says:

    Fôssemos nós sábios bizantinos na Constantinopla cercada de 1452, e toda esta discussão do “fica ou sai” teria todo o (ainda que singularmente bizarro) sentido. Não sendo nós tais consequentes teorizadores, e estando já o Império Germânico e as suas tropas de choque “troikanas” bem dentro das muralhas, só um de dois caminhos poderemos nós escolher: ou nos deixamos sugar até ao tutano pelos credores e pelas suas muito patriotas “elites-de-mão” nacionais (quem trouxe à baila a memória de 1580?), empobrecendo até à indigência e tornando-nos uma irrelevância política e económica em forma de país colada a cuspo ao cu da Europa; ou escolhemos um caminho próprio que nos levará, certamente, a um maior empobrecimento. A grande diferença é que a primeira das opções não é caminho: é paralisia sem saída, é o permanecer num estado comatosamente miserável, é um mergulho mortal num buraco sem fundo nem retorno. A segunda das opções tem a vantagem de nos dar uma saída de esperança de lento crescimento económico depois de um considerável empobrecimento, ou seja, é um árduo caminho a percorrer, mas é um caminho. A grande questão aqui é outra e é uma incontornável questão sem a resposta à qual não chegaremos a lugar algum: quem defenestrará os hodiernos Miguel de Vasconcelos, criando, ao mesmo tempo dinâmicas que se querem mais próximas das de 1383-1385 do que das de 1640?

  12. imbondeiro says:

    Quanto ao Syriza, nada de novo. Já há muitos anos, um Senhor, o qual percebia mais de política a dormir do que toda essa malta bem acordadinha e com uns quantos “speeds” no bucho, lhes tirou o certeiro retrato e o emoldorou para a posteridade: não passam, eles e outros geograficamente bem mais próximos de nós, de radicais pequeno-burgueses de fachada revolucionária. Em linguagem mais chã: álacres “meninxs” de bibe a brincarem às revoluções de plasticina no jardim infantil dos “media”. Pelo menos até à hora de as mamãs e os papás ( ou de as mamãs e as mamãs, os papás e os papás, a mamã e a mamã que já foi papá, o papá e o papá que já foi mamã e todas as demais variações sobre o tema de que se lembrarem e forem chiquemente fracturantes) os chamarem para comerem a sopinha (sem carne, sem peixe e feita só com vegetais “biológicos” provenientes de uma exploração agrícola certificada como ecologicamente sustentável, claro está).

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