O que podem fazer as Repúblicas de Coimbra para resistir à Lei das Rendas?

Aqui fica um caso concreto, da República Prá-kys-tão, que tem em curso uma campanha de salvação com o objectivo de financiar as obras que previnam males maiores. Os proprietários, desta e de muitas outras Repúblicas, refugiam-se no facto das rendas serem baixas para conspirar pela ruína nada fazendo, há décadas, pelos imóveis, alguns deles Património Mundial da Humanidade. Uma realidade que é uma vergonha e que se agravou com este governo que fez, também aqui, mais uma lei criminosa. Espero, sinceramente, que a resistência oferecida, neste e noutros casos, seja suficiente para salvaguardar o Futuro.

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31 Responses to O que podem fazer as Repúblicas de Coimbra para resistir à Lei das Rendas?

  1. Joao Pereira says:

    Mas é suposto os senhorios subsidiarem as republicas? Impossível arranjar argumentos que defendam isso.

    • Renato says:

      Não. O que acontece é que são os repúblicos a subsidiar os proprietários, pois têm garantido, há várias décadas, que os imóveis continuam de pé.

      • Joao Pereira says:

        Os imóveis continuam de pé? Os imóveis estão degradados porque os proprietários recebem 20€ por mês de renda … isto é surreal. Com que dinheiro é que é suposto os proprietários fazerem obras? Com o seu próprio? Para que finalidade? Receber 20€ no final do mês de renda?

        Há padrões e há limites. A não actualização de rendas é uma das coisas mais abjectas que existia neste país, e responsável pela degradação completa do património imobiliário, inclusive em Lisboa e Porto onde as zonas centrais da cidade são autênticos monumentos decrépitos e prestes a ruir.

        O senhorio paga IMI sobre o imóvel, taxas de esgoto e outros quejandos tem, segundo os senhores, de fazer obras de reconstruição, e recebe 20€ mês?

        Vamos ser sério por favor.

      • Renato says:

        Some o dinheiro que os moradores gastam em obras e veja se a renda dá 20 euros por mês. Acredito que é capaz de somar e dividir. Basta, como dizia o outro, fazer as contas.

      • Joao Pereira says:

        Renato,

        Não o conheço, não sei que idade tem, o que faz ou que formação tem, mas os seus argumentos para tentar contradizer o óbvio aos olhos de qualquer um são, no mínimo, infantis.

        Os moradores não gastam dinheiro nenhum em obras (nem têm nada que gastar), daí os prédios estarem degradados. Os prédios estão degradados porque a lei das rendas é uma aberração jurídica que manteve as rendas sem actualização durante décadas enquanto o fenómeno inflaccionário decorria, por via económica e fiscal.

        Em Coimbra a situação atinge o limite do absurdo. Se ainda posso compreender que uma idosa com uma pensão miserável de 200€ não consiga cumprir com as rendas devidamente actualizadas, já não consigo compreender o mesmo relativamente aos alunos de Coimbra que se acham no divino direito de viver em edificios historicos com vários quartos e pagar 20€ mês.

      • Renato says:

        Está enganado. A Prá-kys-tão, de resto, é exemplo disso. O dinheiro que tem gasto em obras (como já disse, só nos últimos dez anos perto de 100 mil euros), é obrigação do senhorio (se a casa cair em cima de alguém há responsabilidades civis por isso).

      • Rafael Ortega says:

        Paguem uma renda que permita fazer as obras em vez de uma ninharia que não dá nem para pagar uma saca de cimento.

      • Renato says:

        Pagam pouco, mas ainda assim mais do que os senhorios merecem. Ainda assim, nesse pagar, a renda é o que menos conta. Nunca casa como a Prá-kys-tão, por exemplo e só tomando os últimos 10 anos, trata-se de um investimento dos seus moradores que se aproxima dos 100 mil euros. Nada mau para uma renda baixa, hein?

      • anonimo says:

        Se tivessem pago os 100 mil euros em rendas talvez o prédio não estivesse a cair e o proprietário não quisesse que eles saíssem.

      • Renato says:

        Não. O prédio estaria no chão há muitos anos.

      • Carlos Carapeto says:

        “Rafael Ortega diz:

        Paguem uma renda que permita fazer as obras em vez de uma ninharia que não dá nem para pagar uma saca de cimento.”

        É aterrador assistir a pessoas largarem este genero de disparates sem qualquer racionalidade, devem ter alguma capoeira nas traseiras da casa, arrendada servindo de habitação.

        Ignora esta gente que o direito à habitação é um direito social, igual a qualquer outro direito democrático, como o voto ou a saúde por exemplo?

        Depois também não sabem que existe um prazo médio de retorno para o capital investido?

        Mas como na selva do capitalismo sem regras tudo é permitido, alguns proprietários “devoram” os inquilinos com apetite canino para saciar a sua verocidade por dinheiro, conforme a disponibilidade do mercado e a necessidade de quem procura casa.

        Começam por aplicar rendas elevadas nas habitações novas de modo a reaver o investimento no menor espaço de anos possível.
        Mas aquele que arrenda faz um esforço tremendo para poder suportar esse encargo.

        Passados uma dúzia de anos (um predio com 15 anos está praticamente como novo) têm o retorno do investimento no “bolso” no entanto continuam a expoliar os inquilinos com a mesma voracidade.

        Depois em vez de criarem um fundo de manutenção para a habitação, estoiram o dinheiro em p.. e pechaninas e entretanto a casa vai-se degradando até ao ponto de já não conseguirem suportar os custos com as obras e nessa altura aparece o inquilino como o causador de todas as peçonhas.

      • Rafael Ortega says:

        Ganha juízo, pá! Não tamos a falar de um senhorio a aplicar rendas exorbitantes a velhinhos com 200€/mês de reforma.

        Estamos a falar de meninos estudantes universitários, que em conjunto pagam 20€/mês por uma casa num centro urbano. (quantos deles não gastarão individualmente 20€ numa noite de copos?)

        Se pagam 20€/mês não se admirem de o senhorio não fazer obras. Aliás, só tipos completamente alucinados podem achar que quem ganha 20€/mês a alugar um imóvel pode fazer obras ou está a aproveitar-se dos pobres estudantes.

      • Renato says:

        Continua a fazer muito mal as contas.

      • Bolota says:

        Oiçam vale a pena

        Mas depois…

      • Carlos Carapeto says:

        “Se pagam 20€/mês não se admirem de o senhorio não fazer obras”

        . Primeiro é preciso saber quantos lá vivem e em que condições para pagar esses 20€/mês.

        Quando foi da grande avalanche da chegada de imigrantes, fiz parte de uma associação de apoio à imigração e vi 30 pessoas a morar numa cave em que pagavam “apenas” 500€.

        Esses ainda pagavam menos que os 20 € , só que não se sabia onde começava a cama de um e acabava a cama do outro e de inverno a água escorria por as paredes.

        Portanto se pretender-mos ser sérios não devemos generalizar as situações.

        Cabe às entidades publicas analizar cada caso separadamente, verificar as condições da habitação e as disponibilidades financeiras de cada pessoa, é para isso mesmo que existe o Estado, zelar por os direitos de todos os cidadãos. Os interesses é outra coisa bem distinta de direitos.

        A confusão das pessoas às vezes é não saberem distinguir entre direitos, interesses., Depois dá nisto metem tudo no mesmo saco.

        E para concluir; a habitação é um direito democrático que em primeira instancia cabe ao Estado assegurar. Está por enquanto escarrapachado na Constituição da Republica Portuguesa, mesmo que não estivesse não deixava de o ser, um direito democrático.

        Não é por obra divina que nos países onde se pratica mais justiça social, não existem bairros degradados.

        Pela opinião deixada aqui por certos participantes, parece que pretendem voltar a ver novamente uma cintura de bairros de lata a circundar Lisboa e outras cidades do país?

    • Renato says:

      Pode escrever mais um horror ai: http://www.washingtonpost.com/blogs/worldviews/wp/2014/01/03/no-kim-jong-un-probably-didnt-feed-his-uncle-to-120-hungry-dogs/
      Só não percebi o que tem isso a ver com as Repúblicas de Coimbra…

      • Carlos Carapeto says:

        Tive a ler a informação em detalhe, eram tantos cães famintos, que podemos usar aquele ditado popular, não calhou um osso a cada cão”.

        É como diz o comentarista, “o regime Coreano está tão desprestigiado a nivel mundial e agora ia cometer mais um acto barbaro para ficar mais isolado”

        E depois acrescenta ” só pessoas muito ignorantes podem acreditar nisto”.

        Talvez seja devido à minha rica ignorância, leva-me a acreditar que o regime déspota Norte Coreano fosse capaz de cometer este acto repugnante.

        Se sei que foram os Coreanos que destruiram com bombas nucleares duas cidades apenhadas de civis sem qualquer valor estrategico.

        Inundaram o Vietname com produtos quimicos, que ainda hoje se continuam a sentir os efeitos.

        Invadiram o Afeganistão para libertar as mulheres. O resultado está à vista.

        Agrediram o Iraque para eliminar armas de destruição massiva que eram uma ameaça a nivel mundial e ao mesmo tempo foram livrar o povo de um ditador sanguinário.

        Também foram os Coreanos que fizeram regredir as condições de vida na Líbia ao tempo da monarquia.

        São os Coreanos que que têm dado apoio aos fanáticos Islamitas na Siria.

        E por fim são eles mesmos que estão a meter o continente Africano a ferro e fogo para saquear as suas riquezas.

        Portanto destes Coreanos não se pode esperar nada de bom

    • Carlos Carapeto says:

      Hó trambolho o que tem ver o problema da habitação em Portugal com aquilo que se passa na Coreia do Norte ?

      Será que estás a ver os inquilinos com os olhos em bico ?

      Não defendo o regime da Coreia do Norte em circunstancia alguma, mas na presença de obnóxios da burguesia da tua estirpe, sou forçado a deixar de lado a neutralidade.

  2. JgMenos says:

    «REGUGIAM-SE-se no facto das rendas serem baixas para conspirar pela ruína nada fazendo, há décadas, pelos imóveis, …»

    Refugiam-se???? Conspiram???? São parvos? São beneméritos? Ou são vítimas das leis do fascismo piedosamente conservadas pelos progressistas de Abril?

  3. Carlos Carapeto says:

    Há uma questão muito pertinente que deve ser colocada a quem vê no arrendatário a fonte do problema na degradação dos imoveis.

    Porque será que nunca se construiu tanta habitação em Portugal como nos ultimos 25 anos, e no entanto não existe lugarejo, lugar, aldeia, vila, cidade pequena ou grande que não se depare com casas degradas?

    Por outro lado segundo os dados disponiveis (visiveis) dizem que uma parte significativa da população vive em casas sem condições minimas de habitabilidade!

    Essas pessoas que vêm para aqui despejar o ódio que carregam contra os inquilinos por favor expliquem as razões desta situação.

    Tenho a certeza que o não vão fazer, porque iam contradizer aquilo que defendem.

    • JgMenos says:

      A Lei das Rendas atirou com os trabalhadores com um mínimo de renda para o crédito à habitação e o seu rol de penhoras: imobilidade geográfica, despesas acrescidas em transportes e outras…quando não para terminar em despejos.
      Os miseráveis nem isso puderam fazer, e estão onde sempre estiveram.
      Os empreiteiros enriqueceram e a seguir fecharam as empresas ou emigraram.
      Os bancos endividaram-se e afastaram-se do risco das empresas; agora são proprietários falidos que não podem financiar as empresas.
      TANTO VALEU A LEI DAS RENDAS e a sua defesa dos inquilinos!!!

  4. Rafael Ortega says:

    “Porque será que nunca se construiu tanta habitação em Portugal como nos ultimos 25 anos, e no entanto não existe lugarejo, lugar, aldeia, vila, cidade pequena ou grande que não se depare com casas degradas?”

    A resposta é tão óbvia que até dói. Admira-me que não chegues lá.

    As rendas estão congeladas desde o tempo do Salazar. As casas degradadas estão em muitos casos alugadas a pessoas que pagam meia dúzia de euros. Isso não dá nem para pagar o IMI quanto mais evitar a degradação.

    Houve muita construção porque a lei de rendas fez com que não houvesse interesse em por casas no mercado de arrendamento. As poucas que iam era a preços altos. Tornava-se mais barato comprar do que alugar.

    Se há gente a comprar casas vai haver gente a construí-las.

    • Carlos Carapeto says:

      Este de certeza que é um daqueles que transformou a copoeira num habitaculo para arrendar.

      O problema não é esse. Construiu-se muita habitação para hoje estar fechada.

      Atafulhou-se a orla maritima de cimento enquanto jorraram fundos Comunitários.

      Os subsidios destinados à modernização da economia esturraram-nos na compra de apartamentos no Algarve e noutras zonas de laser, apartamentos esses que apenas são usados um ou dois meses por ano. Outros continuam devolutos para venda.

      Nesse período selvagem da corrida ao betão houve quem compra-se casa para habitar, casa na praia, casa no campo. Enfim ; casas para satisfazer todos os luxos e prazeres.

      Construiu-se excessivamente não foi para servir as necessidades de quem precisava de habitação, mas para desviar capital obtido fraudulentamente.

      Porque se os governantes de então estivessem empenhados em resolver esse problema , tinham disponibilizado apoios ao Cooperativismo e à auto construção.

      Logo após o 25 de Abril em muitas localidades as populações mobilizaram-se promovendo esse tipo de construção com excelentes resultados.

  5. Carlos Carapeto says:

    Renato.

    Mas está mesmo decidido deixar-nos? Ou pensa ir “abrir” trincheiras noutro lado?

    Apesar de nem sempre concordar com algumas das suas distopias de extremos, foi gratificante partilhar algumas opiniões que considero muito positivas.

    A nossa luta tem bastantes coisas em comum, substancialmente é muito simples.
    É fruto do imperialismo e da divisão de classes, duas coisas que de acordo com a classe dominante não existem.
    Mas que nós temos a consciência que esmagam os explorados e excluidos do sistema.

    Cumprimentos

    Carlos Carapeto

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