Escrevo umas horas antes da comunicação do primeiro–ministro ao país. Nos órgãos de comunicação social pululam notícias sobre as formas a que o sangramento da economia nacional será sujeito. Não as leio. Estou cansado de ler notícias de uma guerra em que a violência é feita por decreto. Mata-se sem ser preciso disparar uma bala.
Passos Coelho fará (no momento em que este escrito for lido já a terá feito) a comunicação, que Portas se recusou a fazer, às 20h00 de uma sexta-feira. Os seus assessores informam que este era o único momento livre, na sua ocupada agenda, em que o primeiro-ministro podia falar ao país. Também será a uma sexta-feira, se tudo correr como planeado, depois do fecho dos bancos e dos mercados, que se anunciará o saque às poupanças que os trabalhadores depositaram nos bancos – numa formulação parecida com a que Gaspar aprovou para Chipre – ou a saída do Euro imposta pelas cúpulas da UE – assim que sintam que não há mais sangue para sugar.
Uma coisa é certa, hoje, depois da declaração de Passos, haverá ainda menos gente a acreditar que quem nos governa – a maioria, o governo e o presidente – possa fazer parte da solução para o país. Apelar a que este governo mude de política, titubear com receio de uma crise política que já existe ou pensar que Cavaco Silva quebrará o vínculo que o amarra ao poder há mais de 30 anos é uma absurda ingenuidade.
Resistir na rua é um direito e um dever. A rua será o palco das grandes lutas para se recuperar a liberdade, a democracia e o futuro. É preciso resistir para existir.
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Vês como és capaz.. Já disseste mais uma verdade nua e crua, em relação à matança que tem vindo a ser feita. É que a ladainha das políticas de direita, e essas tretas todos, têm de ficar para trás. A austeridade é muito mais que isso, é mortes, é miséria, é uma nova ditadura, como novos moldes. E para mim é nisto que a CGTP e o PCP têm falhado e alguns comentários/textos e observações. Enfim. É preciso é continuar a lutar.
A palavra é mesmo essa:
Resistir.
Ministro Schäuble elogia “contribuição decisiva” de Gaspar
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, escreveu para o Expresso onde mostrou todo o seu apoio a Vítor Gaspar, que diz que deu “a contribuição decisiva” para colocar o país “no caminho da recuperação”.
Vivemos num país ocupado, em que as ordens vêm em alemão (ou em dólares ou em euros). Como em qualquer país ocupado, Portugal é administrado pelos cães de fila dos ocupantes.
E como em qualquer país ocupado o direito à resistência é um direito inalienável.É também um dever ético e um imperativo moral. E é também um acto de sobrevivência. “É preciso resistir para existir”.
Resistir Todos juntos mas cada um de nós.
Porque cada um deve contribuir com as suas capacidades e as suas possibilidades assumindo-se como resistente face ao ocupante.
E os ocupantes não são só as elites que nos governam directa ou por interpostos personagens. São também as coortes de lacaios que os servem e os protegem e que se dispõem a todo o tipo de jogadas sujas e sem escrúpulos.São também esses mesmos, os colaboracionistas.
E a luta contra os colaboracionistas é também e sempre a luta contra o ocupante.
A História tem muitos exemplos do modo como o ocupante e os colaboracionistas devem ser tratados.
Como por exemplo durante a ocupação da França pelos nazis.
Com todas as distâncias em relação a essses tempos históricos
E qual é a diferença desta invasão, para a invasão do Hitler?
““É preciso resistir para existir”…..”E é preciso dinheiro para viver”
Para viver preciso de várias coisas. O dinheiro só o utilizo para obter algumas dessas coisas. Ou seja, é um meio não é um fim.
Pois…..és um bom poeta
“Pois …és um bom pateta” ou o comentário em jeito de ruminação introspectiva de um colaboracionista a olhar-se ao espelho.